Criar visualizações de dados exuberantes nunca foi tão fácil. As ferramentas que usamos parecem incentivar o uso do máximo possível de recursos: gráficos 3D, mapas interativos, diagramas cheios de animações, etc.
Essas funcionalidades, entretanto, são uma faca de dois gumes. Ao passo em que elas parecem tornar as nossas apresentações mais engajantes, elas também podem acabar se sobrepondo ao conteúdo que queremos apresentar.
O estatístico e designer gráfico americano Edward Tufte, já em 2003, alertava para o risco de pensar primeiro na estética e depois no conteúdo. Em seu texto The Cognitive Style of PowerPoint, o estudioso discute uma série de vícios que ele havia detectado nas apresentações de seus colegas e como corrigi-los.
Suas conclusões são simples, mas poderosas:
- Não use a apresentação como uma muleta. Os slides são para o público e não um resumo para lembrar quem apresenta do que dizer.
- Destile as visualizações. Recursos visuais que não adicionam ao conteúdo podem atrapalhar o público, então foque em gráficos simples e autoexplicativos.
- Escreva pouco. O público deve focar no que está sendo dito, então o texto dos slides não deve competir com o resto da apresentação.
- Faça um resumo por escrito. Os slides são pequenos demais para articular ideias complexas, então compartilhe com o público uma minuta para referência futura.
Um dos pontos de destaque do artigo é a “tradução” de um famoso discurso do político Abraham Lincoln em uma apresentação de PowerPoint. O resultado é, previsivelmente, cômico.